“Só podia lamentar que o meu pai achasse que tem um filho doente.”
Miguel Gonçalves Mendes
A discriminação com base na orientação sexual é uma violação dos direitos sexuais, porque impede o livre desenvolvimento da personalidade e da sexualidade de quem é lésbica, gay ou bissexual. E se esta discriminação tem recentemente vindo a desaparecer da lei e de algumas instituições, ela continua a ser estrutural e a manifestar-se em episódios quotidianos, que põem também em causa a saúde sexual. Miguel Gonçalves Mendes revela dois episódios em que identificou essa discriminação. Oiça aqui o seu testemunho.
Miguel Gonçalves Mendes nasceu em 1978 na Covilhã, em Portugal. Trabalhou como ator, realizador e produtor em diversas longas-metragens e documentários. Fundou, em 2002, a JumpCut, uma produtora de teatro e cinema, com sede em Lisboa. Atualmente é um dos expoentes da nova geração de cineastas portugueses. Realizou uma série de documentários premiados, filmes experimentais e projetos sob encomenda. O seu filme “Floripes”, lançado em 2007, foi a sua primeira produção híbrida (documentário-ficção), formato que o realizador passaria a explorar. Em 2011, estreia o seu projeto “José e Pilar”, em coprodução com a O2 Filmes (de Fernando Meirelles) e a El Deseo (dos irmãos Almodóvar). Aclamado internacionalmente pela crítica e pelo público, o filme colecionou prémios em diversos festivais e foi eleito para representar Portugal na categoria de Melhor Filme Estrangeiro ao Óscar de 2012. Entre os seus trabalhos mais recentes está a série “Nada Tenho de Meu”, exibida pelo Canal Brasil em 2013 e pela RTP2 em 2014. Atualmente encontra-se a filmar o documentário “O SENTIDO DA VIDA” – com estreia prevista em 2019. Em paralelo, Miguel desenvolve também a longa-metragem de ficção “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, adaptação do polémico romance do vencedor do Nobel da Literatura, José Saramago.